NoahLoren

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Morreu nesta quinta-feira (3) o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, um dos símbolos do telejornalismo brasileiro. Cid Moreira tinha 97 anos e estava internado com pneumonia em um hospital em Petrópolis, Rio de Janeiro.

Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, em 1927, começou sua carreira como locutor de rádio em 1944 na Rádio Difusora de Taubaté. Mudou-se para mudar para São Paulo em 1949, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e como locutor de publicidade na Propago Publicidade.

Cid Moreira começou carreira no rádio Em 1951, foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro. Estreou como locutor de noticiário em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental.

Foi escalado para fazer parte equipe do recém-lançado Jornal Nacional em sua estreia em setembro de 1969. Durante 26 anos, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional — Memória Globo, ele apresentou o telejornal cerca de 8 mil vezes. A partir de 1996, Cid Moreira deixou a bancada do telejornal e passou a ler apenas os editorias. Também participou do “Fantástico” narrando reportagens desde sua estreia, em 1973.

 

Ilha Comprida, paradisíaco município do litoral sul de São Paulo, é aparentemente pacata com seus pouco mais de 13 mil habitantes e enorme beleza natural. No entanto, com a chegada das eleições municipais, a suposta tranquilidade deu lugar à tensão devido a denúncias de violência política.

O caso mais recente ocorreu há cerca de um mês, quando Cristiano Di Giovani, candidato do PT a vice-prefeito, foi agredido e ameaçado na porta de casa e na frente da esposa e dos filhos horas após denunciar uma suposta irregularidade da prefeitura durante entrega de cestas básicas no dia 3 de setembro. Cristiano é o vice da chapa de Milton Furacão (PT).

O cenário de violência política é potencializado pelo fato de a cidade possui mais eleitores do que habitantes. O fenômeno, que se repete em outras 568 pequenas cidades brasileiras, costuma acompanhar registros de turismo eleitoral, partidos de fachada, compra de votos e a formação de coronelatos locais.

Sassá Tupinambá (Psol), outro candidato de esquerda à Prefeitura de Ilha Comprida, contou que há relatos sobre chegada de eleitores que não residem na cidade no dia das eleições, com ônibus fretados vindos de regiões do interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. "Esse movimento levanta sérias suspeitas sobre a legitimidade do processo eleitoral. Soubemos de endereços que têm de 10 a 30 títulos eleitorais registrados", disse.

Pela direita, concorrem a atual prefeita Maristela Cardona (Republicanos), que assumiu o cargo após Geraldino Júnior (PL) ter seu mandato cassado em julho; Rodrigo Giz (Podemos); e Ric Ragni (PL), filho de Márcio Ragni, primeiro prefeito da cidade, e tem Mara Ventura como vice. Ela é esposa de Décio Ventura, o homem apontado como o principal articulador do grupo político hegemônico local.

Distribuição de cestas básicas sem projeto alimentar

Alessandra Di Giovani, presidente do diretório municipal do PT e esposa de Cristiano, o candidato a vice que foi atacado, contou sobre a distribuição de cestas relizada pela Prefeitura de Ilha Comprida em período eleitoral.

"Eles [a chapa da atual prefeita] receberam 500 cestas básicas do governo do estado. O Tarcísio de Freitas (Republicanos) é uma espécie de padrinho político das candidaturas. Pela lei, podem fazer essa distribuição de cestas básicas, mas precisam de um projeto alimentar para tal. O problema é que fizeram a entrega aleatoriamente e nós fomos ao local para denunciar", narrou

"O Milton filmou à distância, eu e o meu marido [Cristiano] também estivemos lá. Quando questionei quem era o responsável pelo projeto, a servidora respondeu: 'Sou eu, por quê? A senhora quer uma cesta básica? Vá ao fim da fila'. Eu disse que não, que só queria informações sobre o projeto alimentar, e aí ela começou a ser hostil comigo", completa Alessandra, acrescentando que gravaram a ação e seguiram para a delegacia registrar um boletim de ocorrência contra a atual administração. "Também encaminhamos o caso para o Ministério Público."

Em um áudio enviada a grupo de WhatsApp que reúne petistas e psolistas, Milton critica Maristela: "Não sabemos se é candidata ou prefeita". Na mesma mensagem, ele anunciava que a denúncia sobre a distribuição irregular das cestas básicas foi encaminhada para a Justiça Eleitoral.

"Sua campanha está usando os serviços básicos que a prefeitura têm de prestar para a população para fazer vídeos. Em 3 de setembro, estavam sendo distribuídas cestas básicas do governo do estado de forma eleitoreira, caracterizando um crime eleitoral, pois não havia critérios mínimos de triagem. Só se pode distribuir cestas básicas desta maneira quando é declarado estado de sítio ou calamidade pública. De outra forma, deve-se levar em consideração as condições dos beneficiados", argumenta o candidato do PT. O episódio violento ocorreu horas depois da denúncia.

Agressão e ameaça

"A distribuição das cestas ocorreu de manhã. De tarde, fomos para Iguape [cidade vizinha], onde levei meus filhos para estudar música. Quando retornei, já ia sair com toda a família de novo. Minha casa é um sobrado e eu subi com os meus filhos só para pegar um casaco para eles", relata Alessandra. "Quando eu voltei, o rapaz já estava no portão. Ele é funcionário público e estava armado. Eu consegui controlar a situação, apesar de ele estar muito alterado."

Cristiano, que não quis falar à reportagem, esperava a esposa e os filhos no carro quando viu o homem tocar a campainha da casa. Ele trabalha com conserto de equipamentos de refrigeração e disse ter pensado ser um possível cliente. Desceu do carro e foi perguntar se poderia ajudar. Ao constatar que era Cristiano, o homem lhe desferiu um soco no rosto e sacou a arma.

"O indivíduo voltou a ameaçar o declarante afirmando que se registrasse a ocorrência 'iria matá-lo'. Posteriormente, [Cristiano] ficou sabendo que o indivíduo teria passado na oficina de seu amigo Milton Furacão, onde ficou sabendo do endereço do declarante, sendo que o amigo informou ter acreditado que o mesmo o estava procurando para prestação de serviços", diz um trecho do boletim de ocorrência.

"Quando eu flagrei a cena, o cara se assustou, colocou a mão para trás e eu não vi a arma. Perguntei se ele estava armado, e ele confirmou. Mas guardou o armamento na cintura ou em algum bolso", disse Alessandra. "Meu filho de 10 anos, que é autista, e a minha filha, de 15, presenciaram tudo. Eu tentei acalmar todos os envolvidos: as crianças, o homem alterado e o meu marido que estava bravo por ter levado o soco."

O agressor, já identificado pela Polícia Civil conforme consta no boletim de ocorrência, teria ido tirar satisfação com o casal pelo que considerou falta de respeito com os servidores públicos, que foram chamados de 'criminosos' por Cristiano no ato das denúncias. A reportagem obteve o vídeo gravado pelos petistas e, nas imagens, é possível observar as trocas de farpas e acusações entre os opositores e os servidores que faziam a distribuição das cestas.

Durante a gravação, Cristiano expressou sua revolta com o que considerou uso eleitoral das cestas básicas. Os servidores, ofendidos com a agressividade, retrucaram que ele estaria contrário à distribuição de alimentos em si. E assim ocorreu o bate boca. No vídeo, não aparece nenhuma agressão física. Alessandra explica que a denúncia feita às autoridades é contra a prefeitura, e não contra os servidores.

Ainda que tenha contornado a situação e convencido o homem a ir embora, o casal registrou a ocorrência na Delegacia de Polícia de Ilha Comprida e o caso foi remetido à promotoria da cidade vizinha Iguape para investigação dos acontecimentos.

Enquanto isso, Alessandra arrisca uma análise acerca do episódio: "Qualquer tipo de violência, seja física ou psicológica na política tem um impacto devastador sobre a sociedade, atingindo diversos níveis. Mina a democracia, desestimula a participação popular e gera um ambiente de medo e repressão. Quando figuras políticas ou ativistas sofrem agressões físicas, o debate público deixa de ser conduzido por argumentos e ideias, passando a ser dominado pela intimidação e pelo uso da força".

"A longo prazo, as diversas violências podem levar à erosão dos valores democráticos, criando uma cultura de impunidade e perpetuação da violência. O resultado é uma sociedade mais dividida, menos participativa e com uma sensação crescente de insegurança, que impede o desenvolvimento saudável de processos democráticos e sociais", finalizou.

A reportagem entrou em contato com Maristela e pediu seu posicionamento sobre a acusação da oposição acerca da distribuição de cestas básicas em 3 de setembro, mas a prefeita não retornou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para a manifestação da candidata.

Perseguição

"Fui intimidada e não gostaria que entrassem detalhes da história que possam me identificar. Aqui há uma perseguição muito grande", disse Ana Carolina*, outra vítima de violência política na cidade litorânea. Ela é uma pessoa envolvida com a vida pública de Ilha Comprida e apoia candidaturas que fazem oposição ao grupo que detém a hegemonia da política local.

Segundo seu relato, compareceu a um evento público em agosto e cobrou pessoas ligadas à prefeitura sobre a falta de transparência no processo eleitoral. "Tentaram calar a minha boca com o jurídico deles, mas respondi com diplomacia. Foi uma conversa diplomática, apesar das perguntas capciosas que me faziam. O problema é que havia lá um homem, da direita, que já me perseguia na cidade", detalhou.

Após o término do embate no evento público, ela foi para casa. "Quando cheguei, tinha um carro preto parado na rua bem em frente à minha casa, com os faróis baixos, apontando para dentro. Chovia bastante e enquanto um parente meu abria o portão, e demorava um pouco, o veículo subiu os faróis e eu fiquei em pânico. Quando abriu o portão, eu entrei e fiquei escondida. Falei ao parente: 'Se esse carro for embora agora que a gente entrou, ele está aqui para nos intimidar'. Foi dito e feito", narrou.

"Isso é uma cultura aqui na cidade para falar a verdade. Quem bater de frente com a política local acaba sendo alvo desse tipo de intimidação. Então o pessoal tem medo de intimidação, de perder o emprego etc. É uma forma de perpetuarem essa política", concluiu, reiterando que seu caso não é isolado.

Mais eleitores do que habitantes

Antes parte de Iguape, Ilha Comprida foi emancipada em 1992 e, até hoje, o seu cartório eleitoral é dividido com o município vizinho. De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, a população da cidade é de 13.436 habitantes. No entanto, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), o município possui 13.538 títulos eleitorais registrados. Moradores ouvidos pela reportagem afirmam que a diferença já foi muito maior.

De acordo com o site oficial da prefeitura, a população estimada para 2024 é de 13.955 pessoas, o que ultrapassaria o número de eleitores. Mas, ainda assim, extrapola o parâmetro estabelecido pelo TSE sobre o que pode ser considerado 'dentro da normalidade'. Em teoria, a oposição pode até pedir que seja feita uma revisão do eleitorado na cidade.

"Tem gente que diz que muitos desses eleitores a mais seriam pessoas que têm sua segunda residência aqui, casas de veraneio, e que teriam escolhido votar em Ilha Comprida", afirmou Sassá Tupinambá, candidato a prefeito pelo Psol. "Mas, veja, aqui no litoral paulista é comum que haja muita gente nessa condição em cidades como Guarujá, Mongaguá, São Sebastião, Ilha Bela e tantas outras repletas de casas de veraneio. Mas só em Ilha Comprida encontramos essa disparidade. Proprietários de imóveis virem votar aqui não justifica o número de eleitores ser maior que a população."

Segundo o artigo 104 da Resolução 23.659/2021 do TSE, a revisão do eleitorado poderá ser determinada quando comprovada fraude que possa vir a comprometer a rigidez do cadastro eleitoral. E um dos pré-requisitos para que se peça essa revisão de ofício está no fato de uma cidade ter o eleitorado superior a 80% da população projetada para aquele ano pelo IBGE. Em Ilha Comprida, o coeficiente está em mais de 97% levando em conta a população estimada para este ano e divulgada pela prefeitura.

Outras cidades com mais eleitores que habitantes

Em 28 de agosto, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Águas Rasas em Estebão Veloso (PI), justamente pelo fato de a cidade ter mais eleitores que habitantes: são 275 eleitores além da população de 13,6 mil pessoas. As denúncias que ensejaram a abertura das investigações apontam para possíveis fraudes envolvendo um candidato a vereador.

Meses antes, em abril, uma outra operação da PF com semelhante motivação atingiu o município de São José do Ribamar (MA). Segundo as investigações, um recrutador aliciava moradores de cidades vizinhas e os levava pessoalmente até o cartório eleitoral para que fizessem a transferência de domicílio eleitoral. O objetivo era beneficiar candidaturas com um acréscimo de votos.

Na sequência, a investigação chegou a Paço do Lumar, também no Maranhão, e novas operações semelhantes começaram a pipocar pelo país, como a Voto Certo, que cumpriu mandados de busca e apreensão em Nova Castilho, no interior de São Paulo, com seus 1.062 moradores e 1.230 eleitores.

Em maio, a Operação Endereço Certo da PF mirou o município de Guaratuba, no litoral do Paraná. Na ocasião, era investigada a transferência de eleitores de Garuva (SC). Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.

Segundo o Censo 2022 do IBGE, entre 2020 e 2022, houve um aumento considerável de cidades com essa característica, saindo de 493 para 569 em todo o país. Em alguns casos, a diferença pode chegar a 100%.

Em Assunção (PI), diversos partidos locais denunciaram à Justiça Eleitoral o que consideraram um aumento desproporcional do número de eleitores no último ano. A cidade de 7.452 habitantes e 7.906 eleitores registrou 750 transferências eleitorais entre 2023 e 2024, totalizando 10% do eleitorado.

Critérios para pedido de revisão de eleitorado

De acordo com a resolução do TSE, além do coeficiente de 80% entre moradores e eleitorado, há outros dois critérios para que seja pedida a revisão do eleitorado. Um deles aponta que o total anual de transferências eleitorais não pode ser superior a 10% do eleitorado da cidade. O caso de Assunção (PI) cumpre os dois requisitos.

Segundo os advogados Wallyson Soares e Samuel dos Anjos, que acompanham os desdobramentos do caso de Assunção, a Justiça Eleitoral também pode determinar a correição do eleitorado se houver indícios de fraudes nas transferências, como as investigadas pela PF.

"Muitos eleitores teriam conseguido transferências de títulos apresentando apenas notas fiscais de compras para comprovar vínculo com o município, além de declararem residência sem de fato viverem na cidade, caracterizando falsidade ideológica, crime previsto no artigo 350 do Código Eleitoral", dizem os advogados em nota enviada à reportagem.

Segundo apontam os profissionais, o crescimento no número de eleitores acima dos padrões também levanta suspeitas sobre a ação de grupos interessados em atrair eleitorado para cidades pequenas, com pouca visibilidade e, assim, evitar investigações que apurem possíveis formações de currais eleitorais nesses municípios.

*Raphael Sanz é jornalista, escritor e músico independente.

*O nome foi alterado para preservar a identidade da fonte

Edição: Martina Medina

 

Ao menos nove pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas em um ataque aéreo israelense contra um edifício no centro de Beirute, informou nesta quinta-feira (03/10) o Ministério da Saúde do Líbano.

Além disso, um porta-voz militar israelense advertiu sobre mais ataques no sul da capital libanesa nas próximas horas.

O Ministério da Saúde Pública informou inicialmente que o bombardeio contra um prédio na região de Al Bashura, no coração da cidade, havia deixado dois mortos e 11 feridos, mas atualizou os números depois de informar que mais pessoas morreram em decorrência dos ferimentos sofridos.

Este foi o segundo ataque ao centro da capital libanesa nesta semana. A maioria dos bombardeios anteriores na região foram direcionados contra subúrbios ao sul da cidade.

O prédio atingido no bombardeio, realizado na madrugada de quarta (02/10) para quinta-feira, fica a poucos quarteirões do Palácio do governo, do Parlamento libanês e de diversas embaixadas.

Por sua vez, o jornal libanês Annahar disse que o ataque foi direcionado contra um centro médico pertencente à Autoridade de Saúde Islâmica, uma organização ligada ao Hezbollah.

Mais de 46 libaneses mortos em 24h

Até agora, neste ano, as sedes dessa organização em diferentes partes do Líbano, além de ambulâncias de seu Departamento de Defesa Civil, foram alvo de bombardeios israelenses.

Como tem acontecido nos últimos dias, o porta-voz militar israelense em árabe, Avichay Adraee, pediu aos moradores de três bairros do subúrbio de Dahieh, no sul de Beirute, que se afastem de algumas áreas porque elas serão bombardeadas.

Ao menos 46 pessoas morreram e 85 outras ficaram feridas nos bombardeios israelenses contra o Líbano na quarta-feira, informou o Ministério da Saúde Pública do país.

Os ataques de Israel no Líbano desde o início das hostilidades entre as forças israelenses e o grupo xiita libanês Hezbollah, em outubro do ano passado, mataram cerca de 2 mil pessoas.

Soldados israelenses morrem

Nesta quarta-feira, Israel confirmou que ao menos oito soldados do país morreram e sete ficaram feridos em confrontos com o Hezbollah no sul do Líbano. Todos tinham entre 21 e 23 anos.

Estas são as primeiras baixas israelenses desde que militares israelenses iniciaram uma incursão terrestre no país vizinho, segundo informou o Exército do país.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que realizaram duas incursões no Líbano até o momento e alertaram os moradores para deixaram suas casas em mais de 20 áreas.

Já o Hezbollah disse que repeliu forças israelenses em três vilarejos no sul do Líbano.

Israel anuncia morte de líder do Hamas

Também nesta quinta-feira, o Exército israelense disse ter matado um líder sênior do Hamas em um ataque aéreo na Faixa de Gaza há cerca de três meses. Segundo os militares, um ataque a um complexo subterrâneo no norte de Gaza matou Rawhi Mushtaha e dois outros comandantes do Hamas.

Não houve nenhum comentário imediato do Hamas. Mushtaha era um colaborador próximo de Yahya Sinwar, o principal líder do Hamas que ajudou a planejar a ofensiva de 7 de outubro. Acredita-se que Sinwar esteja vivo e escondido em Gaza.

Nas últimas semanas, os ataques israelenses no Líbano mataram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e vários de seus principais comandantes.

Os militares israelenses disseram na quinta-feira que atingiram cerca de 200 alvos do Hezbollah em todo o Líbano, incluindo instalações de armazenamento de armas e postos de observação.

O governo israelense disse que os ataques mataram pelo menos 15 combatentes do Hezbollah. Não houve confirmação independente.

Centenas de milhares fugiram de suas casas, já que Israel alertou as pessoas para se retirarem de cerca de 50 vilarejos e cidades no sul do país, dizendo-lhes para se mudarem para áreas que ficam a cerca de 60 quilômetros da fronteira e consideravelmente mais ao norte do que a zona tampão declarada pela ONU.

 

O grupo palestino Hamas reivindicou, nesta quarta-feira (02/10), um tiroteio em Jaffa, ao sul de Tel Aviv, que deixou sete israelenses mortos e 17 feridos, na última terça (01/10).

Dois homens das brigadas Ezedin al Qasam, de 19 e 25 anos, abriram fogo em dois locais diferentes no bairro israelense, em um vagão de trem e a céu aberto em uma avenida, segundo a Al Jazeera.

Os dois homens que realizaram o ataque residiam em Hebron, na Cisjordânia, e posteriormente foram mortos por civis e por um segurança municipal, segundo as autoridades israelenses.

Ataque descrito como “operação heroica” pelo Hamas aconteceu horas antes do lançamento de mísseis iranianos contra Israel Escalada de tensão no Oriente Médio O ataque descrito como uma “operação heroica” pelo Hamas aconteceu horas antes do lançamento de mais de 100 mísseis iranianos em direção ao território israelense.

O Corpo da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC, por sua sigla em inglês) afirmou que o ataque com mísseis seria uma retaliação pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e de um comandante iraniano.

O porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, declarou, também nesta quarta-feira que o ataque de mísseis reivindicado IRGC no dia anterior contra uma área de Tel Aviv foi apenas “a ponta do iceberg” e assegurou que o grupo libanês também tem capacidade suficiente, incluindo combatentes, armas e munições, para repelir Israel.

Ele declarou ainda que o ataque com mísseis contra Israel “já foi concluído” e que se tratou de um ato de legítima defesa. No entanto, esclareceu que serão tomadas medidas mais duras em caso de retaliação.

Enquanto isso, no Líbano, o Hezbollah e as tropas israelenses travam combates no sul do país. No campo de batalha, o grupo libanês tem enfrentado a infantaria e veículos blindados das Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército do país) perto da fronteira entre os dois países, de modo a fazer com que as forças recuem.

(*) Com Wafa

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Receita de Cuca Simples

Ingredientes (20 porções)

  • 4 ovos

  • 2 xícaras de açúcar

  • 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina em temperatura ambiente

  • 1 colher (chá) de essência de baunilha (opcional)

  • 1 xícara de leite

  • 4 xícaras de farinha de trigo

  • 2 colheres (sopa) de fermento em pó químico

Para a farofa

  • 1 xícara de açúcar

  • 1 xícara de farinha de trigo

  • canela a gosto

  • 2 colheres (sopa) bem cheias de manteiga ou margarina em temperatura ambiente

Modo de preparo

Passo 1 :

Na batedeira, bata primeiro os ovos, o açúcar e a manteiga até formar um creme esbranquiçado.

Passo 2 :

Coloque a essência, se desejar dar um gostinho mais acentuado no bolo (opcional)

Passo 3 :

Em seguida, acrescente o leite.

Passo 4 :

Continue batendo.

Passo 5 :

Aos poucos vá acrescentando a farinha de trigo e batendo.

Passo 6 :

Use uma espátula para ajudar a misturar a massa.

Passo 7 :

Por último, acrescente o fermento e bata.

Passo 8 :

Unte uma forma com manteiga e farinha e despeje a massa.

Passo 9 :

Reserve.

Passo 10 :

Para a farofa. Coloque todos os ingredientes numa tigela e vá mexendo até formar uma farofinha.

Passo 11 :

Espalhe a farofa no bolo e leve ao forno preaquecido em 180° C entre 30 a 45 minutos.

Essa receita foi postada por Raquel Pereira no site TudoGostoso.

 

O Aos Fatos fez uma checagem de fatos sobre as entrevistas do Ricardo Nunes(MDB), da Tabata Amaral(PSB) do José Luiz Datena(PSDB) no podcast Inteligência Limitada.

As entrevistas com Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) já estavam agendadas no momento da publicação dessas matérias.

Eu não sei esse portal vai trazer checagem delas também, mas provavelmente sim.

 

Um total de 199 marcas operadas por 95 empresas de bets estão autorizadas a continuar operando no país. O Ministério da Fazenda divulgou na noite desta terça-feira (1º) a lista das casas de apostas virtuais que pediram autorização até 30 de setembro e cumpriram os requisitos legais para se manterem em funcionamento.

Ao todo, são 193 marcas de 89 empresas a continuar operando em âmbito nacional. Ainda há seis marcas de seis empresas autorizadas a funcionar em âmbito estadual: cinco no Paraná e uma no Maranhão. Veja as listas nacional e estadual

O número de empresas estaduais pode aumentar nas próximas horas, caso mais estados e o Distrito Federal enviem ao Ministério da Fazenda as bets autorizadas a funcionar localmente.

O número de empresas autorizadas é menor que a quantidade de pedidos. Segundo o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap) do Ministério da Fazenda, 180 empresas apresentaram 185 pedidos, dos quais 31 foram protocolados na segunda-feira (30).

A diferença ocorreu porque muitas empresas não conseguiram cumprir todos os requisitos, como apresentar todos os documentos exigidos ou comprovar capacidade técnica.

O Sigap fornece o nome de registro da empresa, não a marca comercial do site, o que muitas vezes dificulta a consulta aos sites legalizados.

Até 10 de outubro, os sites que não pediram autorização continuarão no ar. Isso porque o governo concedeu um prazo de dez dias para que os apostadores retirem o dinheiro dessas páginas.

A partir de 11 de outubro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueará as páginas ilegais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até 600 páginas terão o acesso derrubado.

Empresas legalizadas

A lista divulgada nesta noite é a lista positiva, das empresas legalizadas. Com base nessa lista, o usuário poderá pedir às empresas, que não façam parte da relação, a devolução do dinheiro depositado nos sites.

O ministro Fernando Haddad pediu que a Secretaria de Prêmios e Apostas antecipe a divulgação da lista negativa, das empresas recusadas. De acordo com o ministro, essa lista demora mais porque é preciso explicar os argumentos jurídicos que levaram à recusa da autorização de funcionamento.

Edição: Carolina Pimentel

[–] [email protected] 5 points 1 day ago* (last edited 1 day ago)

Nem o Jones nem o Manoel podem se queimar dessa forma... Mas eu posso.

Todo mundo lembra que o Monark defendeu a existência de um partido nazista no Brasil.

Mas pouca gente se lembra que o Kim Kataguiri participou do episódio do FlowPodcast e não discordou do Monark.

Além disso ele já criticou o fato da Alemanha ter criminalizado o nazismo.

Mais tarde ele se desculpou com a comunidade judaica dizendo que estava bêbado na ocasião.

"Chapéu de fascista é marreta. E suástica precisa apanhar até virar cata-vento."

[–] [email protected] 3 points 1 day ago* (last edited 1 day ago) (2 children)

Como advogado aconselho a permanecer em silêncio.

Tudo o que disseres pode e será utilizado contra vós no Tribunal da Internet.

 

Um eclipse solar poderá ser visto da América do Sul na tarde desta quarta-feira (2). Embora os nossos vizinhos do Chile e Argentina possam testemunhar um eclipse solar anular, aqui no Brasil ele será visível apenas de maneira parcial.

Um eclipse solar ocorre quando a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra, impedindo que a luz atinja alguns pontos do nosso planeta. Os eclipses do tipo anular acontecem quando a Lua se posiciona exatamente na frente do Sol, deixando o disco solar quase todo coberto e escuro, com apenas uma borda fina luminosa à vista, lembrando um anel.

Nos eclipses solares parciais, a Lua encobre apenas um pedaço do Sol, como se nosso astro tivesse levado uma “mordida”.

Os eclipses solares totais acontecem a cada 18 meses e duram poucos minutos, enquanto os parciais — em que a Lua não cobre completamente o Sol — ocorrem pelo menos duas vezes por ano em algum local da Terra.

Como observar o eclipse do Sol nesta quarta (2)?

O eclipse solar parcial não será visível em todo o território brasileiro. Poderão observar o fenômeno: todos os estados da região Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte dos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

O lugar com vista de maior porcentagem do eclipse será no Rio Grande do Sul, onde os habitantes poderão ver uma “mordida” maior no Sol — 38% da superfície encoberta.

O início e o final do evento dependem da localização, mas o eclipse deve ocorrer entre 16h30 e 18h30, com auge por volta das 17h40 (horário de Brasília).

Dicas de observação

Não olhe para o Sol sem proteção! Se você estiver nos locais em que o fenômeno será visível, saiba que não é seguro olhar para um eclipse solar sem equipamentos adequados, pois isso pode causar lesões graves nos olhos. Também não é recomendado vê-lo por lentes de câmera, binóculos ou telescópios sem um filtro adequado.

O ideal é utilizar lentes com padrão ISO 12312-2, que não estão presentes em óculos de sol normais. Vale lembrar que óculos de sol comuns não são seguros para olhar diretamente para o Sol, por mais escuras que sejam as lentes.

Os acessórios podem ser comprados até mesmo pela internet, mas é importante se certificar de que eles cumprem as normas de segurança.

Caso no dia do eclipse você não disponha de um equipamento seguro para observar o fenômeno, outra possibilidade é recorrer da observação indireta, feita através de uma projeção.

 

No dia 22 de setembro de 2024, a autoridade eleitoral do Sri Lanka anunciou que Anura Kumara Dissanayake, da aliança Poder Nacional do Povo (NPP) liderada pela Frente Popular de Libertação (Janatha Vimukthi Peramuna – JVP), havia vencido a eleição presidencial. Dissanayake, líder do partido de esquerda JVP desde 2014, derrotou 37 candidatos, incluindo o presidente em exercício Ranil Wickremesinghe, do Partido Nacional Unido (UNP), e seu concorrente mais próximo, Sajith Premadasa, da frente Poder Popular Unido (Samagi Jana Balawegava). Os partidos tradicionais que dominavam a política do Sri Lanka – como a Frente Popular do Sri Lanka (Sri Lanka Podujana Peramuna – SLPP) e o UNP – agora estão em segundo plano. No entanto, eles dominam o Parlamento do Sri Lanka (o SLPP tem 145 das 225 cadeiras, enquanto o UNP tem uma cadeira). O JVP de Dissanayake tem apenas três cadeiras no parlamento.

A vitória de Dissanayake, tornando-oo nono presidente do país, é significativa. É a primeira vez que um partido de tradição marxista vence uma eleição presidencial no país. Dissanayake, nascido em 1968 e conhecido por suas iniciais AKD, vem da classe trabalhadora do centro-norte do Sri Lanka, longe da capital, Colombo. Sua visão de mundo foi moldada por sua liderança no movimento estudantil do Sri Lanka e por seu papel como um quadro do JVP. Em 2004, Dissanayake tornou-se membro do parlamento quando o JVP se aliou a Chandrika Kumaratunga, presidente do país de 1994 a 2005 e filha da primeira mulher primeira-ministra do mundo (Sirimavo Bandaranaike). Dissanayake tornou-se ministro da Agricultura, Terras e Pecuária no gabinete de Kumaratunga, um cargo que lhe permitiu mostrar sua competência como administrador e atrair o público para um debate sobre a reforma agrária (que provavelmente será uma questão que ele retomará como presidente). Uma candidatura à presidência em 2019 não foi bem-sucedida, mas isso não impediu Dissanayake ou o NPP.

Turbulência econômica

Em 2022, Colombo, a capital do Sri Lanka, foi sacudida pelos “aragalaya” (protestos) que culminaram na tomada do palácio presidencial e numa fuga apressada do presidente Gotabaya Rajapaksa. O que motivou esses protestos foi o rápido declínio das perspectivas econômicas da população, que enfrentava escassez de produtos essenciais, como alimentos, combustível e remédios. O Sri Lanka não pagou sua dívida externa e foi à falência. Em vez de buscar um desfecho que satisfizesse os movimentos de protesto, Wickremesinghe, com sua orientação neoliberal e pró-ocidental, assumiu a presidência para completar o mandato de seis anos de Rajapaksa, iniciado em 2019.

A incipiente presidência de Wickremesinghe não abordou nenhum dos problemas relacionados aos protestos. Ele levou o Sri Lanka ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2023 para um socorro de 2,9 bilhões de dólares (a 17ª intervenção do FMI no Sri Lanka desde 1965), que veio com a remoção de subsídios para setores como eletricidade e uma taxa de imposto sobre valor agregado dobrada para 18%: o preço da dívida deveria ser pago pela classe trabalhadora do Sri Lanka e não por credores externos. Dissanayake disse que tentará reverter essa equação, renegociando os termos do acordo, colocando mais pressão sobre os credores externos, aumentando o limite de isenção do imposto de renda e isentando vários bens essenciais (alimentos e assistência médica) do regime tributário mais elevado. Se Dissanayake conseguir fazer isso, e se intervir seriamente para acabar com a corrupção institucional, ele deixará uma marca significativa na política do Sri Lanka, que sofreu com a feiura de uma guerra civil e as traições de sua elite política.

Um partido marxista no palácio presidencial

O JVP, ou Frente de Libertação do Povo, foi fundado em 1965 como um partido revolucionário marxista-leninista. Liderado por Rohana Wijeweera (1943-1989), o partido tentou duas insurreições armadas – em 1971 e novamente de 1987 a 1989 – contra o que considerava um sistema injusto, corrupto e intratável. Ambos os levantes foram brutalmente reprimidos, resultando em milhares de mortes, incluindo o assassinato de Wijeweera. Depois de 1989, o JVP renunciou à luta armada e entrou na arena política democrática. O líder do JVP antes de Dissanayake foi Somawansha Amerasinghe (1943-2016), que reconstruiu o partido depois que seus principais líderes foram assassinados no final da década de 1980. Dissanayake levou adiante o programa de construção de um partido político de esquerda que defendia políticas socialistas nas esferas eleitoral e social. O notável crescimento do JVP é o resultado do trabalho da geração de Dissanayake, vinte anos mais jovem que os fundadores, que ancorou a ideologia do JVP em amplos setores da classe trabalhadora, dos camponeses e dos pobres do Sri Lanka. Ainda restam dúvidas sobre o relacionamento do partido com a minoria populacional tâmil, dada a tendência de alguns de seus líderes de sucumbir ao nacionalismo cingalês (especialmente quando se trata de como o Estado deve lidar com a insurgência liderada pelos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil). A ascensão pessoal de Dissanayake ocorreu devido à sua integridade, que contrasta com a corrupção e o nepotismo da elite do país, e porque ele não se dispôs a definir a política do Sri Lanka em torno da divisão étnica.

Parte da refundação do JVP foi a rejeição do sectarismo de esquerda. O partido trabalhou para construir a coalizão Poder Popular Nacional, (NPP) formada por 21 grupos de esquerda e centro-esquerda, cujo objetivo em comum é enfrentar a corrupção e a política endividamento e austeridade do FMI em prol das massas do povo do Sri Lanka. Apesar das profundas diferenças entre algumas das formações do NPP, houve um compromisso sobre um programa mínimo comum de política e ação. Esse programa baseia-se em um modelo econômico que prioriza a autossuficiência, a industrialização e a reforma agrária. O JVP, como a principal força do NPP, pressiona pela nacionalização de determinados setores (principalmente os serviços públicos, como o fornecimento de energia) e pela redistribuição da riqueza por meio da tributação progressiva e do aumento dos gastos sociais. A mensagem de soberania econômica tocou em cheio uma população há muito dividida por linhas étnicas.

Resta saber se Dissanayake será capaz de cumprir essa agenda de soberania econômica. No entanto, sua vitória, sem dúvida, incentivou uma nova geração a respirar novamente, a acreditar que seu país pode ir além do extenuado programa do FMI e tentar construir um projeto de Sri Lanka que possa se tornar um modelo para outros países do Sul Global.

(*) Tradução de Raul Chiliani

 

“Pela Europa, por nós mesmos e pela humanidade […] temos de desenvolver um pensamento novo, tentar colocar de pé um novo homem” – Frantz Fanon, Os condenados da terra

Opensamento dinâmico e revolucionário de Frantz Fanon, sempre centrado na criação, no movimento e no desenvolvimento, continua totalmente profético, vívido, inspirador, analiticamente aguçado e moralmente comprometido com a desalienação e a emancipação de todas as formas de opressão. Fanon defendeu de forma contundente e convincente o caminho para um futuro em que a humanidade “avance mais um passo” e rompa com o mundo do colonialismo e com o molde do “universalismo” europeu. Ele representou o amadurecimento da consciência anticolonial e foi um pensador decolonial por excelência. Como uma verdadeira personificação do l’intellectuel engagé (intelectual engajado), ele transformou os debates sobre raça, colonialismo, imperialismo, alteridade e o que significa para um ser humano oprimir outro.

Apesar de sua vida curta (ele morreu de leucemia aos 36 anos), o pensamento de Fanon é muito rico e sua obra é prolífica, variando de livros e artigos científicos a jornalismo e discursos. Escreveu seu primeiro livro, Pele Negra, Máscaras Brancas, dois anos antes da batalha de Dien Bien Phu, no Vietnã (1954), e seu último livro, o famoso Os Condenados da Terra, obra canônica sobre a luta anticolonial e terceiro-mundista, um ano antes da independência da Argélia (1962), durante o período da descolonização africana. Em sua trajetória e em toda a sua obra, podemos ver interações entre a América Negra e a África, entre o intelectual e o militante, entre o pensamento/teoria e a ação/prática, entre o idealismo e o pragmatismo, entre a análise individual e os movimentos coletivos, entre a vida psicológica (ele se formou psiquiatra) e a luta física, entre o nacionalismo e o pan-africanismo e, finalmente, entre as questões do colonialismo e as questões do neocolonialismo.

Não é surpresa nem coincidência que estejamos testemunhando um interesse renovado em Fanon e em suas ideias desde os ataques do Hamas em 7 de outubro contra a entidade sionista e a ocupação colonial de Israel e o genocídio que se seguiu contra os palestinos. Sem dúvida, sua análise e seu pensamento continuam altamente relevantes e esclarecedores, devido à resistência da colonialidade (que ele analisou) em suas inúmeras formas, desde o colonialismo na Palestina até o neocolonialismo em várias partes do Sul global. No entanto, parte desse interesse renovado – especialmente em relação à situação na Palestina – sucumbe a críticas simplistas e leituras errôneas e insidiosas de seu trabalho, que tendem a distorcê-lo e desconectá-lo de sua práxis anticolonial e revolucionária, bem como de seu compromisso inabalável com a libertação dos “condenados da terra”. Esses esforços supostamente “críticos” não podem ser dissociados dos ataques mais amplos ao direito dos palestinos de resistir ao colonialismo usando quaisquer meios necessários e da atitude desdenhosa em relação às pessoas que mantêm uma solidariedade intransigente com sua resistência e luta de libertação. Em alguns casos, todo esse empreendimento equivale a racismo disfarçado de discurso intelectual.

Isso não é novidade: existem muitas interpretações reducionistas de Fanon, interpretações que eliminam a dimensão histórica/política ou a dimensão filosófica/psicológica de sua obra, dependendo dos imperativos sociais do momento. Fanon foi um pensador político, um militante revolucionário e um psiquiatra, e todos esses aspectos de sua vida formaram uma unidade coerente: dialética, complementar e enriquecedora entre si. Afinal de contas, seu projeto era combater a alienação em todas as suas formas: social, cultural, política e psicológica. Fanon viveu a vida como revolucionário, embaixador e jornalista, mas é impossível separar essas muitas vidas de sua prática científica e clínica. Da mesma forma, suas expressões e articulações não eram apenas as de um médico psiquiatra, mas também as de um filósofo, um psicólogo e um sociólogo. Fanon foi um pioneiro precisamente porque combinou o compromisso com a transformação social com um compromisso com a libertação psicológica dos indivíduos. Seu objetivo fundamental era pensar sobre e construir a liberdade como desalienação, que se realiza dentro de um processo necessariamente histórico e político.

Fanon, o psiquiatra revolucionário

“A ciência despolitizada, a ciência a serviço do homem, muitas vezes não existe nas colônias.” – Frantz Fanon, A Dying Colonialism

Ao chegar ao Hospital Psiquiátrico Blida-Joinville, na Argélia, em 1953, Fanon percebeu rapidamente que a colonização, em sua essência, era uma grande produtora de loucura, daí a necessidade de hospitais psiquiátricos nos países colonizados. Com entusiasmo, ele se empenhou em revolucionar a prática psiquiátrica convencional, de acordo com os ensinamentos “desalienistas” do manicômio de Saint-Alban e do professor Tosquelles. Ele percebeu como a psiquiatria colonial naturalizava os transtornos mentais que eram determinados por fatores sociais e culturais. O reducionismo científico floresceu nas colônias, em especial sob a autoridade de Antoine Porot e sua influente “escola de Argel”. Fanon apresentou uma crítica incisiva à etno-psiquiatria colonial, expondo seu racismo grosseiro e sua defesa da opressão colonial. Ele argumentou que a psiquiatria colonialista como um todo tinha de ser desalienada.

Como Jean Khalfa e Robert J.C. Young afirmaram, a atividade política de Fanon estava ancorada em uma epistemologia surpreendentemente lúcida e em um trabalho científico e uma prática clínica inovadores. Seus artigos científicos formaram uma crítica ao biologismo da etno-psiquiatria colonial e permitiram que ele reavaliasse a cultura em sua relação tanto com o corpo quanto com a história. Isso fica claro em seu famoso discurso sobre cultura nacional, proferido no Segundo Congresso de Artistas e Escritores Negros, em Roma, em 1959.

Durante esse período, Fanon experimentou abordagens que o tornariam um dos pioneiros da etno-psiquiatria moderna. Por fim, ele se distanciou da terapia institucional depois de chegar à firme convicção de que a terapia deveria, acima de tudo, restaurar a liberdade dos pacientes e deveria ser realizada dentro do ambiente cultural e social normal do paciente. Ele argumentou que a psiquiatria estabelecida e as instituições de saúde mental “amputavam, puniam… rejeitavam, excluíam e isolavam” os pacientes.

O projeto de Fanon era tornar acessíveis aos pacientes as atividades criativas, culturais e manuais que pudessem permitir que eles se tornassem seres humanos novamente, com aspirações pessoais. Ele queria que seus pacientes assumissem o controle de suas próprias vidas e se expressassem. Com esse objetivo em mente, Fanon criou no hospital Blida-Joinville oficinas de cestaria e cerâmica, celebrou festas religiosas (muçulmanas e cristãs), organizou um clube de cinema, eventos esportivos e excursões e, talvez o mais importante de tudo, fundou uma pequena publicação semanal chamada Notre Journal, lançada em dezembro de 1953, que registrava a evolução e o progresso no tratamento dos pacientes do hospital.

Nos seus últimos anos, que ele passou em Túnis, além de suas atividades políticas, Fanon dedicou uma energia considerável à criação e administração de um hospital-dia psiquiátrico, que dirigiu de 1957 a 1959 e que foi uma das primeiras clínicas psiquiátricas abertas no mundo francófono. Hoje em dia, o regime de hospital-dia (ou serviço de internação parcial) é um componente tão comum do tratamento psiquiátrico nos países industrializados que é difícil avaliar suficientemente a importância da adoção dessa abordagem em Túnis durante a década de 1950.

Fanon, violência e a psicologia maniqueísta da opressão

“O colonialismo só perde o controle quando a faca está em sua garganta.” – Frantz Fanon, Os condenados da terra

Não podemos falar de Fanon sem nos debruçarmos sobre sua análise da violência e da psicologia da opressão, especialmente durante a atual era de destruição e morte. O que Fanon diria sobre o genocídio colonial e a “avalanche de assassinatos” que está ocorrendo atualmente em Gaza e em outros lugares? O que ele diria sobre os efeitos traumáticos e atormentadores sobre crianças, mulheres e homens palestinos? Como ele analisaria a violência e a contra-violência em curso?

Em sua obra, Fanon descreve minuciosamente os mecanismos de violência implementados pelo colonialismo para subjugar os povos oprimidos. Ele escreve: “o colonialismo não é uma máquina de pensar, nem um corpo dotado de faculdades de raciocínio. É a violência em seu estado natural”. Segundo ele, o mundo colonial é um mundo maniqueísta, que segue em direção à sua conclusão lógica: ele “desumaniza o nativo ou, para falar claramente, o transforma em um animal”. Para Fanon, a colonização é uma negação sistemática do Outro e uma recusa frenética de atribuir qualquer aspecto de humanidade a esse Outro. Em contraste com outras formas de dominação, a violência colonial é total, difusa, permanente e global. Tratando tanto de torturadores quanto de vítimas, Fanon não conseguiu escapar dessa violência total, cujas dimensões estruturais, institucionais e pessoais ele analisou com ousadia. Em 1956, isso o levou a renunciar ao seu cargo de Chefe de Serviço no Hospital Blida-Joinville e a se juntar à Frente de Libertação Nacional da Argélia (FLN).

A vida e o trabalho na Argélia colonial, bem como a forma implacável como a Guerra da Argélia foi conduzida, com sua violência e contra-violência e imensa perda humana, levaram Fanon a reformular suas ideias sobre opressão e saúde mental e a tornar a questão da violência o foco de seu interesse e do primeiro capítulo de sua última obra clássica, Os condenados da terra. Nesse livro, ele descreve a psicologia maniqueísta que está por trás da opressão e da violência humanas.

Como Hussein Abdilahi Bulhan argumentou, as observações de Fanon na Argélia e em outros lugares ressaltam o fato de que o colonialismo, assim como os homens que dirigem essa máquina violenta, é impermeável aos apelos da razão e se recusa obstinadamente a reconhecer a humanidade do Outro, gerando assim uma violência incalculável. Fanon não apenas demonstra as manifestações horríveis da violência, mas também explica seu papel libertador em situações em que todos os outros meios falharam. O colonizador depende e entende apenas a violência, e precisa ser enfrentado com mais violência: “Somente a violência, a violência cometida pelo povo, a violência organizada e educada por seus líderes, possibilita que as massas compreendam as verdades sociais e dá a chave para elas.” Durante a luta pela independência da Argélia, ficou claro para Fanon e para o povo argelino que, quando todas as medidas pacíficas fracassavam, só restava um recurso: lutar. Os palestinos de hoje estão fazendo exatamente isso, com coragem e heroísmo formidáveis, mas a um custo incrivelmente alto.

Fanon foi injusta e erroneamente acusado de ser um profeta da violência. Na verdade, o que ele faz é descrever e analisar a violência do sistema colonial. Longe de fazer uma apologia da violência, ele a considera inevitável como resposta à violência da colonização, da dominação e da exploração do homem pelo homem.

A carta de demissão de Fanon do Hospital Blida-Joinville é um documento comovente e baseado em princípios, de um tipo raro na literatura psicológica. Ela mostra a integridade e a coragem do homem e resume o impulso revolucionário e humanista de sua psiquiatria. Nela, ele escreve: “O árabe, alienado permanentemente em seu país, vive em um estado de absoluta despersonalização”. Ele acrescenta que a Guerra da Argélia foi “uma consequência lógica de uma tentativa abortada de descerebralizar um povo”.

Ao longo de seu trabalho profissional e de seus escritos militantes, Fanon desafiou as abordagens culturalistas e racistas dominantes e os discursos sobre os nativos, como o que ele chamou de “síndrome norte-africana”, segundo a qual “o norte-africano é um simulador, um mentiroso, um malfeitor, um preguiçoso, um ladrão…”. E ele apresentou uma explicação materialista, situando sintomas, comportamentos, ódio a si mesmo e complexos de inferioridade dentro da vida de opressão e da realidade das relações coloniais desiguais. Ele explicou que a solução para esses problemas era mudar radicalmente as estruturas sociais.

Fanon e a psicologia da libertação

“Eu, o homem de cor, quero apenas isso: que a ferramenta nunca possua o homem. Que a escravidão do homem pelo homem cesse para sempre.” -Frantz Fanon, Pele Negra, Máscaras Brancas

Fanon entendeu que a psiquiatria deve ser política. Seus esforços de colocar a loucura em sua perspectiva sócio-histórica e cultural e de restaurar a integridade do corpo e da mente do nativo eram consistentes com o projeto mais amplo de instituir a justiça política e social. Portanto, ele defendia uma psiquiatria da libertação.

A guerra de libertação da Argélia foi claramente um ponto de virada para o trabalho de Fanon como psiquiatra. A perda física e o deslocamento psíquico causados pela guerra consolidaram a convicção de Fanon de que a psiquiatria estabelecida e as instituições mentais em sociedades opressivas são locais de violência, não de cura, e o levaram a fundir sua psiquiatria radical com a crítica mais forte e prática possível da dominação, ou seja, a luta popular pela libertação.

O compromisso ativo de Fanon com a libertação social também implicou em um compromisso com a libertação psicológica. De fato, foi sua capacidade de conectar a psiquiatria à política e os problemas privados aos problemas sociais, e de agir de acordo com isso, que o tornou um pioneiro da psiquiatria radical. O que ele viu nos centros de saúde da FLN, com toda a angústia acumulada dos refugiados argelinos deslocados, convenceu-o de que a centralidade da libertação e da liberdade para os pacientes psiquiátricos e para os colonizados são dois lados da mesma moeda. Essa foi a psiquiatria de Fanon até sua morte: um projeto nobre de restaurar a liberdade dos cativos do colonialismo e do establishment psiquiátrico, e um compromisso total com os seres vivos e com qualquer ação/prática clínica, escrita e violência revolucionária que pudesse reabilitar a integridade das pessoas e dos valores humanos básicos.

Hussein Abdilahi Bulhan resumiu de forma eloquente a abordagem de Fanon à psiquiatria: “ Uma psicologia adaptada às necessidades dos oprimidos daria primazia à conquista da ‘liberdade coletiva’ e, como essa liberdade só é alcançada por coletivos, enfatizaria a melhor forma de promover a consciência e a ação organizada do coletivo.”

Portanto, a interdependência e a cooperação humanas, em vez do individualismo e da mercantilização, devem estar no centro da psicologia da libertação, que deve capacitar as pessoas a mudar as instituições e transformar radicalmente as estruturas sociais, em vez de se ajustar e se submeter ao status quo enquanto obtém lucro.

De acordo com Fanon, em situações de opressão, devemos tratar as causas fundamentais e não apenas os sintomas; devemos prevenir doenças, não apenas tratá-las; devemos capacitar as vítimas para resolver seus problemas, em vez de mantê-las dependentes e impotentes; e devemos promover a ação coletiva, não uma individualização autodestrutiva das dificuldades. Aqui reside uma das contribuições mais importantes de Fanon. Uma psicologia da libertação do tipo proposto por Fanon dá primazia ao empoderamento dos oprimidos por meio de atividades organizadas e socializadas, com o fim de restaurar histórias individuais e coletivas que foram descarriladas e prejudicadas pela opressão e pelo colonialismo. Seja por meios pacíficos ou violentos, é somente por meio da luta organizada que os oprimidos podem mudar a si mesmos e superar as dificuldades que enfrentam.

 

“A sensação é de que ninguém está seguro, o alvo é o Líbano e a população libanesa”, afirma Leila Salim Leal, que acompanha os bombardeios de Israel contra o país do apartamento onde vive no centro de Beirute, capital do país. O bombardeio de Israel na região na segunda-feira (30), o primeiro desde a invasão ao país realizada em 2006, aconteceu a cerca de 3 km de sua casa.

“Eu nunca tinha passado por nada parecido e a situação se agrava a cada dia. O que a gente está vendo é uma carnificina”, disse ao Brasil de Fato nesta terça-feira.

A escalada militar de Israel contra o Líbano nas últimas semanas evidenciou, considera, que o objetivo dos ataques não é atingir o Hezbollah. “Essa alegação reproduz o mesmo discurso cínico e cruel que vem sendo implementado desde o ano passado no genocídio [em Gaza]: de que seria uma tentativa de defesa direcionada ao Hamas. Isso não é verdade, está claro para todos nós que, independente se concordam ou não com o Hezbollah, toda a população do Líbano é alvo nesse momento.”

Jornalista e pesquisadora em comunicação política, Leal tem família de origem libanesa, e vive no Líbano desde 2023, onde se casou com um cidadão libanês. Quando Israel começou os ataques a distância por meio de pagers e walkie talkies contra integrantes do Hezbollah, ela estava a caminho do aeroporto, junto com seu marido, para resolver uma pendência em relação ao visto de residência no país.

“De repente as ruas começaram a ficar muito tensas, um engarrafamento muito grande, ambulância pra todo lado, algumas ruas fechadas”, conta. “Naquele momento a gente desistiu de ir pro aeroporto, tentou voltar pra casa, mas havia um trânsito horrível, uma sensação horrível porque as pessoas começaram a explodir em todos os lugares, nas ruas, em supermercado, em hospitais, em escolas, dentro de casa. Parecia que qualquer pessoa podia explodir à sua volta a qualquer momento, foram momentos muito tensos, de muito pânico.”

Desde o início da escalada israelese contra o país, ela aponta que aumentaram as quebras de barreira do som por parte dos aviões que invadem o espaço aéreo do Líbano em uma velocidade que provoca um estrondo, semelhante a uma explosão.

“No momento da explosão a gente não sabe se é só uma explosão sonora, que já é muito grave, ou se é realmente um bombardeio. Da primeira vez foram dois estrondos muito altos, eu estava em casa e aí tremeu tudo: janela, porta, é uma situação de muito medo. Eu fui pro chão, não sabia se era uma explosão real, uma bomba ou não, depois de um tempo não vi fumaça nem nada, entendi que era uma quebra de barreira de som.”

Na última sexta-feira (28) quando ouviu um estrondo próximo de sua casa, ela não teve dúvida: tratava-se de uma explosão.

“Foram estrondos muito altos, era um barulho diferente. Tremeu tudo também, eu tentei me proteger, proteger minha cabeça, ficar longe dos vidros, veio mais um outro estrondo muito forte. Começaram a chegar as notícias de que tinha sido essa explosão. É uma sensação de vulnerabilidade terrível.”

Desde segunda-feira (30), ela relata que escuta com frequência o barulho de drones. “Estão sobrevoando Beirute com drones permanentemente, da última semana pra cá quase o tempo todo, é uma guerra psicológica e é também uma forma também de vigilância, a gente sente”.

O Exército israelense confirmou nesta terça-feira que suas tropas iniciaram "ataques terrestres seletivos" no sul do Líbano. Um militar de alta patente israelense afirmou que os ataques tiveram alcance limitado, mas fontes do Hezbollah disseram à AFP que "não foi observada nenhuma incursão de forças inimigas israelenses em território libanês", mas não foi possível confirmar essas afirmações.

Os militares israelenses anunciaram que mobilizaram mais quatro brigadas para serem enviadas à fronteira com o Líbano.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu cessar-fogo "imediato" e destacou que "a soberania e a integridade territorial do Líbano devem ser respeitadas", segundo uma declaração do seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

Também nesta terça-feira, Israel bombardeou o sul de Beirute, reduto do Hezbollah, os arredores de Damasco, na Síria, e a Faixa de Gaza. A Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANI) disse que os ataques aéreos israelenses atingiram subúrbios ao sul de Beirute, enquanto Israel anunciou um ataque à capital libanesa.

O Hezbollah informou que disparou foguetes contra a principal base de inteligência militar israelense, Glilot, e a base aérea de Sde Dov, ambas perto de Tel Aviv, após atacar soldados israelenses com artilharia e disparar foguetes contra Avivim e Metula, norte de Israel. Sirenes de ataque aéreo soaram no centro de Israel.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Dias Toffoli que anulou as provas e atos contra o empresário Raul Schmidt Felippe Júnior, acusado de intermediar propinas.

Toffoli beneficiou Raul Schmidt, que, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), participou da fraude de um contrato de US$ 1,8 bilhão da Petrobrás.

A decisão do ministro foi uma extensão do benefício dado a Marcelo Odebrecht, corrupto confesso, baseado na Operação Spoofing, que revelou conversas mantidas entre juízes e procuradores da Lava Jato.

O procurador-geral, Paulo Gonet, criticou a “extensão automática” feita por Toffoli e disse que o ato é “incompatível com o ordenamento jurídico e a jurisprudência da Suprema Corte”.

“A extensão automática dos efeitos dessas decisões a outros contextos, desprezando-se o caso concreto e o conjunto probatório, revela-se incompatível com o ordenamento jurídico e a jurisprudência da Suprema Corte”, escreveu.

A anulação de provas, continuou o procurador-geral, “exige fundamentação robusta que demonstre claramente a ilegalidade da prova e o efetivo prejuízo às garantias processuais”.

Ele ainda avalia que parte das condutas da Lava Jato que foram citadas por Toffoli “sequer configuram prejuízo” à defesa.

Gonet ainda disse que o caso sequer devia ser analisado pelo Supremo, mas pela primeira instância.

Raul Schmidt Felippe Júnior foi denunciado pelo MPF por operar o pagamento de propina ao ex-diretor da Petrobrás Jorge Luiz Zelada, em um contrato de US$ 1,8 bilhão para o afretamento do navio-sonda Titanium Explorer, feito pela Vantage Drilling Corporation.

O lobista Hamylton Pinheiro Padilha contou em sua colaboração premiada sobre a participação de Raul Schmidt Felippe Júnior no esquema criminoso.

Segundo o depoimento do colaborador, Raul tinha o contato e os caminhos para entregar a propina para Zelada. Dos US$ 15,5 milhões inicialmente combinados, foram pagos US$ 10,8 milhões em propina à quadrilha. Metade ficou com Raul, disse Hamylton Padilha.

 

O governo federal vai começar na quarta-feira (2), com uso do KC-30, a operação para repatriação dos brasileiros que estão no Líbano e querem deixar o país por conta dos ataques de Israel.

O presidente Lula conversou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para tomar a decisão.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai decolar do Rio de Janeiro com destino a Beirute, capital do Líbano. A estimativa é que 220 brasileiros consigam evacuar do Líbano nessa primeira etapa da operação.

Quase 3 mil brasileiros que estão no país atacado por Israel pediram à Embaixada brasileira para serem repatriados, segundo fontes do Itamaraty que falaram ao g1 e ao UOL. Cerca de 21 mil brasileiros residem no Líbano, segundo a Agência Brasil.

A maioria dessas pessoas vive no Vale do Bekaa ou em Beirute, capital do Líbano. Ambos os locais estão sendo alvo de mísseis de Israel.

As bombas israelenses já mataram mais de 1.000 pessoas, sendo que pelo menos cinco eram brasileiros.

Os primeiros vôos de repatriação terão como prioridade trazer de volta para o Brasil idosos, mulheres, crianças e pessoas que precisam de atendimento médico. A tripulação será composta por militares da área de saúde, como médicos, enfermeiros e psicólogos, para realizarem atendimentos rapidamente.

O Itamaraty ainda está orientando as famílias que conseguirem a comprar passagens por meios próprios.

Além de cometer um genocídio na Faixa de Gaza, Israel intensificou os ataques contra o Líbano nas últimas semanas. Dentro dos mais de mil mortos pelos ataques está o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah.

Nesta terça-feira (1), o Irã lançou centenas de mísseis como “resposta legítima, legal e racional aos atos terroristas de Israel” em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano.

Segundo o governo iraniano, 80% dos mísseis atingiram seus alvos, desviando do badalado “domo de ferro” de Israel.

[–] [email protected] 3 points 2 days ago (3 children)

Acho que ele quis dizer que nos Estados Unidos houve um caso aonde os argumentos utilizados eram:

Quem garante que eles estão falando a verdade e nós não;

E quem disse que nós não temos o direito de consumir fake news.

Acho que o corretor ortográfico fez isso. Acontece muito comigo.

[–] [email protected] 4 points 3 days ago (1 children)

Quem diria que um cara que fazia shows superfaturados com dinheiro público estaria envolvido com lavagem de dinheiro!?

[–] [email protected] 4 points 3 days ago (2 children)

A imagem acima representa:

a) Um momento de revolta da população.

b) Um protesto contra uma figura pública.

c) Uma baderna generalizada.

d) Uma multidão de pessoas sob forte emoção.

e) Todas as alternativas citadas anteriormente.

[–] [email protected] 2 points 4 days ago* (last edited 4 days ago) (1 children)

Não foi um surto. Eu me lembro de assistir.

Acho que era exibido na mesma época que Os Caras de Pau.

A última comédia nacional que vi apenas porque era a coisa menos chata sendo exibida na televisão foi o remake de Escolinha do Professor Raimundo.

Falando nisso, não assiste o programa original que serviu de inspiração. Mas quando era bem jovem passava a Escolinha do Gugu na Record. Que é a mesma porcaria mas com muito mais mulheres quase peladas. Também assistia animações bíblicas nesse canal. Muito equilibrado.

A Praça é Nossa do SBT além de achar chato passava enquato eu dormia.

Antigamente era complicado ter acesso a entretenimento de qualidade dentro de casa.

[–] [email protected] 12 points 5 days ago (1 children)

Muito obrigade pelo seu trabalho duro.

A instância está funcionando perfeitamente na minha opinião.

Por favor descanse se possível e cuide da sua saúde. Você merece tendo que lidar com todo esse trabalho.

Lemmy.eco.br é a melhor instância de todas! <3

[–] [email protected] 2 points 5 days ago

Pra mim deveriam bloquear os sites de bets, remover os aplicativos de jogo de azar de todas as lojas de apps possíveis, criar uma iniciativa especial para oferecer apoio a viciados em jogos de azar, e proibir, de verdade, publicidade de casas de apostas em redes sociais e outros meios de telecomunicação com multas altas e possível prisão.

Mas infelizmente isso vai ser visto como totalitarismo por muitas pessoas - Influencers.

As bets não são um problema apenas no Brasil. Elas estão crescendo em vários países, China, Rússia, África do Sul etc. Por enquanto Reino Unido e Estados Unidos lideram o top 10 de países nos quais esse mercado é maior seguidos pela Índia.

Para além dessas medidas paliativas que eu citei no início do meu comentário. Não tenho nenhum estudo para embasar isso. Mas para mim em países que possuem alta desigualdade. Não estou falando de países pobres nem ricos. Mas de países com grande concentração de renda. Nesses lugares imagino que o estrago desses jogos de azar seja maior.Porquee esse é o fato comum que eu vejo entre todos os países no top 10 de casas de aposta. Se alguém conhecer outro dado...

[–] [email protected] 2 points 5 days ago* (last edited 5 days ago)

Fiz uma thread faz alguns dias na mastodon.social sobre polvos. Esse foi uma das coisas sobre as quais comentei.

Grupos compostos por um polvo e várias espécies de peixe caçam em grupo.

As pessoas que estudam esse fenômeno dizem que o polvo consegue entrar em lugares que os peixes não conseguem para capturar presas. E os peixes são capazes de rastrear melhor um perímetro poupando o polvo desse trabalho.

Os polvos tendem a preferir algumas espécies de peixe em relação a utras. Eles parecem ser responsáveis por tomar decisões. Mesmo quando um peixe encontra uma direção boa o grupo não a segue caso o polvo não a escolha. Além disso socam os membros do grupo que se mostram pouco cooperativos, distraídos ou preguiçosos.

Me perdoem se compartilhei alguma informação incorreta e me corrijam.

[–] [email protected] 5 points 5 days ago* (last edited 5 days ago)

Se eu perdesse 20 reais em bets iria chorar na cama. Nem consigo imaginar como me sentiria perdendo todo esse dinheiro.

Li a notícia. E não era uma família rica. Eram pessoas de classe média. O pai da família é policial militar.

A esposa dele começou a jogar a Blaze depois de ser apresentada a ela como uma forma de ganhar dinheiro e ver vídeos de pessoas ganhando.

Ela perdeu 20 mil e ficou extremamente angustiada. Mas ela já estava viciada em bets e algum tempo depois voltou a apostar e chegou a esse ponto de perder esse valor no título da matéria. Mais ou menos metade é de empréstimos feitos com a mãe dela que havia recebido uma herança. Ela também pediu quantias altíssimas de dinheiro emprestado para o pai e para uma amiga.

Atualmente está em tratamento psiquiátrico.

Um aviso para quem quiser ler a matéria completa: menciona suicídio, tentativas de uma pessoa atentar contra a própria vida em determinado momento.

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A cadeira que acabou quebrada.

E o Pablo Marçal é que abriu caixinha de perguntas no Instagram enquanto estava na ambulância.

Enfim, a hipocondria.

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