RPG Brasil

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Atualmente tenho preferido RPGs com mecânicas mais simples, sem aquele caminhão de regras. Duas gratas surpresas são jogos nacionais: Mighty blade e Crônicas RPG. Quem tiver interesse dá uma olhada lá na biblioteca élfica.

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submitted 1 year ago* (last edited 1 year ago) by [email protected] to c/rpg_brasil
 
 

Eu gosto de ficar pensando em conceitos de personagem mesmo que eu seja quase sempre o GM. Não sei porque, eu gosto de discutir e analisar ideias em si.

Eu:

  • Um bruxo cujo patrono é uma infohazard (roubei de um player do AngryGM), ou fora de d20 só uma pessoa que poderia ser caçada pelo conhecimento que tem

  • (Pra Storytelling) Um demônio cuja missão era matar pessoas se redime e vira um protetor da humanidade ao invés disso.

  • Um personagem que tá procurando um pupilo pra ensinar uma técnica rara. Acho que seria interessante analisar vários NPCs e ver se ele consegue arrumar um aluno bom o suficiente pra ele adotar até o final da campanha. É uma ideia estranha porque ela não é boa nem pra jogos solo nem pra grupos muito grandes.

  • Um estrategista ou tático de guerra.

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submitted 1 year ago* (last edited 1 year ago) by MaybeMean5387 to c/rpg_brasil
 
 

Não sei se alguém vai ler tudo, mas espero que sim...

Mestro uma campanha já tem um tempo, no final de um dos arcos um colega meu pediu para entrar na mesa, e como era um momento propício, eu e os jogadores concordamos.

O ponto é que esse jogador se mostrou bastante "chato" de se lidar, "roubando" em rolagens, stats, e até colocando itens mágicos na ficha, sem antes consultar o mestre, o que acabou chateando alguns dos outros participantes, principalmente durante combates e situações sociais.

Intervi, e conversei com o jogador, conseguindo depois de alguma dor de cabeça (rsrs) convencê-lo a jogar justo pois, apesar de não me afetar diretamente, acaba sendo injusto com aqueles que se esforçam e jogam de acordo com as regras; além de que atrapalha o andamento das sessões.

Até então tolerável, porém, o grupo tinha em mãos o Deck of Many Things... Em uma determinada sessão, este camarada decidiu tirar uma carta e acabou recebendo a carta do ladrão na rolagem (que em sua descrição diz que um pdm da escolha do mestre se torna hostil ao jogador e bla bla bla (eu dei uma modificada nela para deixar a história mais emocionante; mais pra frente explico).

(Até um pouco antes desse ponto da campanha eu estava sendo bastante "benevolente" com os jogadores e desenvolvendo os arcos e histórias de cada um, mas aí eles pediram por desafios maiores e assim eu o fiz).

Uma parte do grupo havia recebido um artefato de um suposto aliado (era alguém que se passava por ele) e o grupo aceitou tranquilo sem desconfiar muito.

(Esse personagem, que chamarei de "enganador" possuia alguns poderes de transformação, o que encaixava bem com o que eu estava pensando para um plot secundário).

Agora voltando para as cartas... Aproveitei o pdm da carta do ladrão para ser uma espécie de vingador, pois aquele mesmo personagem "enganador" tinha o enganado e traído (semelhante ao que fez aos jogadores), roubando itens essenciais para a faccão que eles faziam parte, e abandonando seus companheiros para morrer.

O "vingador" teria então recebido uma espécie de visão/alucinação da suposta localização do "enganador", mas que na verdade era meu player "problemático".

Planejei o encontro para ser em grupo e em uma determinada sessão, só que o grupo se separou, deixando o "problemático" sozinho com outro jogador, que chamarei de "2 player". (Detalhe é que por meio de dialógos e pistas relacionadas a itens do "vingador", eu deixaria implícito que o "enganador" não é quem diz ser, e se tudo desse errado eu tinha outros planos).

O "vingador" então engaja em combate com os playesr e desde o primeiro instante eu deixei claro que ele não tava bem da cabeça e nem que haveria outra solução naquele momento a não ser lutar ou fugir.

Decidiram-se por lutar (apenas 2 contra ele não estava nos meus planos, então continuei com a proposta de contar implicitamente sobre o "enganador). Foi um combate difícil mesmo assim, e o "vingador" tinha nocauteado (deixei ele com 1 de vida e inconsciente) o "2 player" por, de acordo com o "vingador", estar atrapalhando. O jogador "problemático" mesmo ainda podendo vencer, começou a "tiltar" e fazer várias coisas aleatórias, e, em um turno, acabou sendo jogado no chão e ficando com a condição derrubado. Ao invés de continuar a luta, falar, ou o que seja, ele decidiu por se levantar e fazer os próximos turnos dele tentando matar o "2 player", e como este estava inconsciente, o "problemático" conseguiu.

Me arrependo ter deixado continuar, pois esse "2 player" não estava mais na mesa no momento (havia ocorrido um imprevisto e ele teve que sair). E assim que o personagem foi morto, eu optei por parar a sessão e continuar com a outra parte do grupo, mas não prolonguei muito.

Todos (inclusive eu) ficaram revoltadíssimos, pois não era combinado PvP e nem matar personagens dos outros sem consentimento, fora que ele nem narrou o motivo.

(Por isso me sinto culpado por não ter intervido antes, ou mesmo por ter deixado ele entrar na mesa, afinal, antes dele não haviam "conflitos".

De qualquer forma, o "2 player" teria uma plot armor (de lore) que eu usaria caso ele morresse, ou seja, ele não morreu de fato; e um outro player que era paladino da justiça havia recebido uma espécie de visão dessa batalha, pelo seu deus, tendo visto esse acontecimento por meio dela e ficando "puto" na hora.

Tenho quase certeza de que tentarão matar o "problemático" na próxima sessão, e eu mesmo posso matá-lo (se assim o quisesse obviamente) com o "vingador" (mesmo esse não sendo o plano inicial).

MINHA DÚVIDA É: O QUE EU FAÇO?? DEIXO ACONTECER, MATO, DOU UM JEITO DE POUPAR/POUPAREM ELE, OU SIMPLESMENTE DESLIGO ELE DE IMEDIATO DA MESA POIS NÃO HÁ SENTIDO EM ELE APARECER PRÓXIMA SESSÃO APENAS PARA MORRER? ME AJUDEM.

PS: não sei se fui claro mas qlqr coisa perguntem abaixo; é minha primeira campanha e antes disso só tinha acompanhado por vídeos ou jogado.

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submitted 1 year ago* (last edited 1 year ago) by [email protected] to c/rpg_brasil
 
 

Ferramenta de Expectativa

Original por Bankuei

Um jogo funcional depende de todas as pessoas estarem jogando o mesmo jogo. Infelizmente, muitas pessoas nem sabem ou negociam o que isso significa, e muitos livros de RPG deixam de fora coisas cruciais. Muitas vezes, as pessoas vêm com ideias diferentes de qual jogo estão jogando e não percebem, e isso bagunça a mesa inteira depois.

Portanto, esta ferramenta foi projetada para esclarecer tudo antes de começar a jogar.

Escolhendo as Opções

Antes de começar uma campanha, o GM ou o grupo como um todo devem se sentar, olhar pra essa lista, e então escolherem as melhores opções pra esse jogo - para este sistema em específico, esta campanha em específico e pra essas pessoas em particular.

Faça uma reunião com o seu grupo, presencial ou online, onde todos estejam presentes e possam conversar em tempo real. Decidam juntos quais alternativas devem marcar pra cada pergunta. Se você estiver jogando um jogo que já define algumas dessas opções, simplesmente circule-as de acordo. Se o GM tiver marcado o questionário sozinho, coloque-o no primer da campanha. [Nota do Abel: Eu tive mais sucesso resumindo o questionário em prosa quando eu preencho ele sozinho, porque o tamanho dele faz as pessoas pularem ao invés de ler]

Alguns GMs ou grupos podem pensar: "Podemos fazer 2 ou 3 dessas opções" – escolha a melhor pro jogo que estão tentando rodar.

Há espaço para negociação, mas lembre-se: O grupo precisa escolher só UMA alternativa.

Se Entendendo, não se Separando

NÃO peça às pessoas que preencham separadamente e depois compare. NÃO use isso como uma pesquisa para escolher a opção do meio.

Se você estivesse escolhendo um jogo de tabuleiro para jogar, diria apenas: "Todo mundo quer jogar (este jogo)?" você não faria com que todos escrevessem o que querem jogar em uma votação secreta e depois veria se todos os bilhetes dizem a mesma coisa.

O objetivo é criar uma imagem clara do que é este jogo, NÃO tentar misturar diferentes estilos de jogo – isso não funcionou muito bem em 30 anos de hobby.

Por que você lista todas as opções? A maioria dos jogadores assume que uma ou duas maneiras de jogar é como você joga TODOS os jogos. Ver a escolha padrão deles ao lado de muitas outras serve para destacar que não é a ÚNICA maneira de jogar, mas uma opção entre muitas, para ajudar as pessoas a se reorientarem, especialmente se estiverem saindo de sua zona de conforto.

Esta ferramenta não ajuda você a encontrar um terreno comum se você não o tiver – ela ajuda a esclarecer exatamente o que você estará jogando.

Esteja ciente de que jogos diferentes terão respostas diferentes. Campanhas diferentes terão respostas diferentes. Por exemplo, eu pessoalmente joguei D&D com todas menos uma das respostas abaixo.

Ferramenta de Expectativa

Você joga para ganhar?

a) Sim, você joga totalmente para ganhar! As condições de vitória são…

b) Um bom jogo não é uma coisa do tipo ganhar/perder

Espera-se que os PJs...

a) Trabalhem juntos; os conflitos entre eles são só pra dar risada.

b) Trabalhem juntos; grandes conflitos podem surgir, mas você os consertará com algum tempo

c) Trabalhem juntos no começo, mas podem brigar e nunca se reconciliar.

d) Sigam suas próprias agendas – eles podem trabalhar juntos ou uns contra os outros.

e) Lutem entre si, alianças são temporárias na melhor das hipóteses

O papel do GM é:

a) O GM prepara um conjunto de eventos – linear ou ramificado; os jogadores conduzem seus personagens através desses eventos. O GM dá dicas para fornecer direção.

b) O GM prepara um mapa com NPCs e/ou monstros. Os jogadores fazem seus personagens viajarem para qualquer lugar que eles possam alcançar no mapa, de acordo com seus próprios objetivos.

c) O GM não tem um plano – o GM simplesmente interpreta os NPCs e faz com que eles ajam ou reajam com base em suas motivações

d) Não há GM. Todos trabalham juntos para fazer a história de forma livre.

e) Não há GM. As regras e o sistema coordenam tudo.

Os papéis dos jogadores é…

a) ...seguir a história do GM, sem desviar muito do caminho.

b) …definir metas para seus personagens e persegui-las de forma proativa

c) ...lançar seus personagens em situações difíceis e fazer escolhas difíceis, às vezes imprudentes

É preciso fazer a coisa mais inteligente para a sobrevivência do seu personagem?

a) Isso é o que um bom jogador faz.

b) Às vezes, não é tão importante quanto outras escolhas

c) Esse jogo tem foco baixo ou zero em cenas de ação, então essa pergunta não é relevante.

d) Essa não é uma preocupação real, porque mesmo sendo um jogo de ação, os personagens têm plot armor se não fizeram ações explicitamente suicidas.

O papel do GM em relação às regras é...

a) …siga-as, aconteça o que acontecer. (incluindo seguir as regras da casa)

b) …ignorá-las quando entrarem em conflito com o que seria bom para a história

c) …ignorá-las quando elas entrarem em conflito com o que “deveria” acontecer, com base no realismo, no cenário ou no gênero

Depois de muitas sessões de jogo, durante uma sessão, um jogador decide aliar seu personagem com um inimigo. Isso é…

a) …algo que nem deveria acontecer. Isso é alguém sendo babaca.

b) …quando o personagem se torna um NPC, imediatamente ou em breve.

c) …algo que o jogador e o GM deveriam ter preparado com antecedência.

d) …algo que só vai durar até que os outros jogadores descubram e façam algo a respeito.

e) …um momento significativo, poderoso e um exemplo de interpretação excelente.

Uma briga começa em um bar! Os detalhes de onde tudo está – mesas, cadeiras, onde todos estão de pé é algo que…

a) …é importante e será exibido em um mapa ou grid, talvez usando miniaturas.

b) …o GM irá descrever e você deve fazer perguntas para obter mais informações.

c) …você pode decidir na hora usando regras específicas do jogo (jogar dados, gastar pontos, qualquer coisa)

d) ...não é realmente tão importante além de criar uma cena interessante - praticamente qualquer um pode apresentar detalhes.

Para realmente se divertir com este jogo…

a) …todos os jogadores precisam ter lido as regras e o cenário e entendido antes de jogar, porque ambos são muito importantes.

b) …todos devem conhecer muito bem as regras.

c) …todos devem conhecer muito bem o cenário.

d) …todos devem saber pelo menos o básico das regras.

e) …todos deveriam pelo menos conhecer o gênero do jogo

f) …apenas uma pessoa precisa realmente conhecer as regras e elas podem ser explicadas em 10 minutos ou menos para todos os outros.

ESPECIAL

Em vez de “escolher um”, pense nisso como uma lista de verificação – escolha quais opções se aplicam, deixe as que não se aplicam.

Este jogo funciona melhor quando os jogadores dedicam tempo para criar personagens que são…

a) …feitos para enfrentar desafios usando as mecânicas do jogo e de sua ficha de PJ.

b) …escritos com um extenso background

c) …dadas fortes motivações e um problema ou crise imediatos

d) …amarrados aos outros personagens como (aliados) (inimigos) (neutro)

e) …escritos com algum conhecimento, pesquisa ou leitura sobre o cenário do jogo, história da vida real ou cultura da vida real

Extra - Adições do Abel

Perguntas que não estavam no questionário original e eu achei relevantes também.

O grupo pode se separar?

a) Não, o grupo tem que ficar sempre junto pra garantir que todos estejam sob "a tela".

b) Só em situações curtas e onde nada de importante esteja acontecendo, como ir ao mercado ou descansar.

c) Sim, o GM lida com até X cenas separadas ao mesmo tempo.

d) O jogo não tem um grupo ou um GM, logo essa pergunta não importa.

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Olá pessoal! Sou professor de uma escola pública em BH e estou com uma proposta de trabalhar RPG em sala de aula com estudantes do ensino fundamental (10 a 14 anos), visando estimular a criatividade, a construção de textos e o raciocínio lógico.

Uma ideia inicial seria montar "mini-campanhas", que durariam uma ou duas horas no máximo, mais com a ideia de envolver as pessoas e introduzi-las nesse universo. Depois, talvez partir para campanhas mais elaboradas, de maior duração.

Diante disso, queria uma opinião de vocês sobre a indicação de um bom sistema que possa atender principalmente pessoas que nunca tiveram contato com RPG de mesa antes. Tenho alguma experiência com o GURPS e o D&D (mas já tem alguns anos que não jogo nenhum deles). Pensei no Tormenta, por ter lido algumas análises que o consideram um sistema simples de se trabalhar com iniciantes. O que vocês acham? Procede isso? Alguma outra indicação? Agradeço qualquer dica. 🙂

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Eu: Jogando uma campanha de horror e intriga em Pathfinder 1e :)

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Saudações,

O subreddit /r/rpg_brasil está privado a partir de 12 de junho por pelo menos 48 horas em participação com milhares de outros subreddits. Nenhum novo post será permitido durante esse período. Essa ação foi escolhida em vez de ficar privada para que as pessoas possam ver esta postagem, entender o que está acontecendo e poder comentar e discutir esse assunto.

Esta ação é um protesto contra a mudança de política do Reddit para desenvolvedores de aplicativos de terceiros que utilizam sua API. Acreditamos que o reddit tem o direito de cobrar pelo acesso à API, mas a quantia excessiva de dinheiro que o Reddit decidiu cobrar dos desenvolvedores de aplicativos para consultar sua API não é razoável. Esses aplicativos fornecem uma melhor experiência de navegação, bem como ferramentas essenciais para moderadores e pessoas com deficiência visual que o aplicativo oficial não oferece. Mais detalhes podem ser vistos neste post aqui.

A lista completa de consequências pode ser vista nesta Imagem

Aqui está a carta aberta para a equipe do Reddit para você ler mais e assinar se quiser.

Considere também fazer o seguinte para mostrar seu apoio:

  • Envie um e-mail para o Reddit: [email protected] ou crie um tíquete de suporte para comunicar sua oposição às modificações propostas.
  • Compartilhe seus pensamentos em outras plataformas de mídia social, divulgando a conscientização sobre o assunto.
  • Mostre seu apoio participando do boicote do Reddit, a partir de 12 de junho.

Aplicativos, extensões e bots de terceiros são necessários para a manutenção diária deste subreddit e ajudam a evitar que ele se torne uma colmeia miserável de escória e vilania da vida real.

Durante esse período, abriremos o Discord do r/rpg_brasil então você também pode discutir essa mudança no Reddit lá.

Pedimos desculpas por qualquer inconveniente e acreditamos que isso é para o melhor e no melhor interesse da comunidade. Este é o caminho.

-Equipe de mods do r/rpg_brasil


alguns links para ótimas informações e atualizações sobre a situação atual:


Para acompanhar atualizações sobre a situação do sub. nos siga no Mastodon https://dice.camp/@rpg_brasil

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submitted 1 year ago by Whisdeer to c/rpg_brasil
 
 

Organizando seu Worldbuilding

Eu tava pensando aqui por uns meses porque worldbuilding não é meu hobby principal, mas vai e volta acabo criando algumas coisas pra RPG.

A pior coisa, na minha experiência, é que você tem muita informação pra lidar com de uma vez quando tá tentando criar um mundo, e não sabe por onde começar ou como conectar as coisas. Ficar perdido assim é estressante.

Esse é um guia de como organizar seu worldbuilding, não como fazer ele. Se você quer aprender como economia ou religião funciona, não vai ser o que eu vou explicar aqui.

O meu método é bem simples e depende só de duas palavras-chave: CÍRCULOS e CATEGORIAS.

1. Círculos

Imagina comigo um país. Esse país é dividido em vários estados. Esses estados são divididos em várias regiões metropolitanas. Essas zonas são divididas em várias cidades. Essas cidades são divididas em vários bairros. etc.

É como se fossem círculos dentro de círculos dentro de círculos. O círculo maior é o PAÍS, com círculos menores chamados ESTADOS dentro dele, com círculos menores chamados CIDADES dentro desse e assim vai.

E o país não é o maior círculo: Podem ter vários países dentro de um continente, vários continentes dentro de um mundo, vários mundos dentro de uma comunidade estelar, etc. Vai do seu interesse saber até onde contar.

1.1. Arrumando seus círculos

Os nomes desses círculos e as suas divisões são completamente arbitrárias.

Não tem nenhuma regra que diz que o seu país precisa ser dividido em "estados". A Rússia é dividia em "províncias". O Brasil Colonial era dividido em "capitanias".

Também nada diz que o seu "continente" precisa ser dividido em "países".

A única constante é essa: Coisas são divididas em mais coisas que são divididas em mais coisas.

Isso é uma constante em quase todos os métodos de organização que seres humanos criaram, porque nós amamos categorizar coisas: Cargos eclesiásticos, administração empresarial, divisão de terras, táxons biológicos, etc.

1.2 Trabalhando com os seus círculos

É de extrema importância que o mestre worldbuilder saiba trabalhar de forma eficiente. Os cinco dias que você gastou fazendo o "Reino Infernal de Ardya" não valem de nada se os seus jogadores nunca vão interagir com esse lugar. Worldbuilding por worldbuilding é divertido, mas deve ser deixado para depois que o básico já esteja feito.

O que você quer fazer é definir quais círculos valem a pena trabalhar em. Uma campanha de intriga entre os burgos do sul de Southeros pode precisar só de Southeros e as suas nações vizinhas ao sul. Dentro de Southeros, os burgos do sul de devem ser trabalhados em mais detalhe do que os clãs de lobisomem do norte. Dentro de um burgo, algumas cidades devem ser preparadas com mais cuidado que outras. Assim vai.

Os "círculos" são simples, mas poderosos.

2. Categorias

A estrutura dos círculos é muito rígida e totalmente baseada em hierarquia. Você pode ter notado que eu só falei em organizações políticas até agora, e é porque eu não posso colocar "a etnia Udri", "o burgo de Southeros" e "o culto de Ladilua" dentro da mesma hierarquia. Essas três coisas não são diretamente "hierarquizáveis".

É aqui que entram as categorias. As categorias são conjuntos de coisas que você pode classificar como "dentro de" e "fora de" diretamente.

2.1. Definindo as três Categorias básicas

Em geral você pode trabalhar com só três categorias pra maioria dos mundos: Geografia, Demografia e Estado.

Geografia é o que diz respeito à ordem natural do mundo: Normalmente isso quer dizer "como é o lugar" (um arquipélago, tem uma floresta, fica na montanha, etc) mas inclui, sutilmente, também o que depende disso pra ser definido (como economia e tecnologia).

Demografia é tudo o que diz respeito às pessoas que vivem naquele lugar: Como elas se parecem, quais rituais fazem, no que acreditam, como se vestem, etc.

Estado são as estruturas que governam as pessoas: Como são divididas, quem são seus líderes, como esses líderes são escolhidos, como eles controlam as pessoas, etc.

2.2. Ordem das Categorias básicas

As categorias devem ser interdependentes: Elas afetam umas às outras. O clima de um lugar afeta quais coisas nascem ali, o que afetam o que as pessoas comem, o que afeta como o governo local distribui e controla essa comida.

Você deve priorizar elas na seguinte ordem: Geografia, Demografia, Estado. Você precisa saber primeiro o suficiente de geografia para poder fazer o suficiente de demografia para poder fazer o suficiente de um Estado.

Você talvez queira começar com um aspecto da Demografia ou do Estado. Anote a ideia em algum canto e trabalhe em uma Geografia e/ou Demografia que façam a sua ideia ser possível.

2.3 Mudando as suas Categorias

Talvez a sua distopia tecnoapocalíptica não precise tanto de uma categoria de Estado, porque todos vivem em comunas independentes. Talvez seja muito mais importante rastrear de qual dos cinco grandes galhos tecnológicos uma região usa e o que essa tecnologia pode fazer. Tire a categoria "Estado" e coloque a categoria "Tecnologia" (antes de "Demografia").

Resista porém à tentação de fazer uma categoria pra CADA ASPECTO diferente do seu mundo. O método é pra ser um esboço, pra te ajudar, não para te forçar a focar em detalhes pequenos.

3. Conclusão

É isso, pessoal, espero que gostem :)